Passagem pelos Andes e Chegada ao Pacífico

      Após termos encarado a chuva e o frio até chegar em Uspallata (2.039 metros de altitude), tendo feito o início da subida aos Andes, acordamos para o 6º dia de nossa viagem e fomos para a estrada por volta das 8:00 horas. Rodamos apenas 3 Km e paramos numa barreira policial, que informava que o Paso Cristo Redentor estava fechado devido ao excesso de tráfego e que não havia previsão de abertura.

       Depois de uma espera de cerca de 1:30 horas (que pareceu uma eternidade), reiniciamos nossa subida.

        O dia estava ensolarado, perfeito para apreciarmos a paisagem e para os inúmeros cliques fotográficos do dia.

        Estrada em boas condições, pista simples, sem muito movimento. A subida não pareceu tão íngreme, apesar de, em alguns momentos, rodarmos a 40 Km/h. Alguns pontos de parada, devido à obras na pista, mas nada fora do normal.

         Paramos  brevemente em Puente del Inca para algumas fotos e comprar algumas lembranças. No parque do Aconcágua, mais cliques, mas sem muita demora ou deslocamento, já que alguns sentiam os efeitos da altitude.

         Eram 12:30 quando, finalmente cruzamos o Paso Cristo Redentor, atingindo o ponto mais alto de nossa travessia (3.175 metros de altitude).

       Logo depois paramos na Aduana, onde o tempo de espera e trâmites burocráticos foi normal. A ansiedade era para passarmos logo e chegarmos em Los Caracoles, para a famosa decida de 29 curvas.

        Andamos pouco e, quando chegamos à primeira curva, nova interrupção por obras. Ficamos mais de 1 hora parados até que, finalmente, encaramos Los Caracoles.

        Pretendíamos dormir em Los Andes, mas a procura por hospedagem nos levou até Panquehue, onde encontramos um Camping  vazio e pudemos nos estabelecer, fazer nosso jantar, tocar violão e confraternizar.

        Rodamos apenas 187Km, em quase 11 horas de estrada. Andamos devagar, por segurança e também para não perder nenhum detalhe, nenhuma emoção.

     Incrível foi perceber que a impressão de todos foi a mesma. A alegria pela passagem bem sucedida, o reconhecimento da valentia das Biz e principalmente o sentimento de como somos pequenos diante da grandiosidade de obra do Grande Arquiteto. Isto nos fez pensar e repensar na vida, na importância daqueles que nos são caros...

       Encerramos a noite com um brinde à saudável insanidade do Irmão Miguel, que compartilhou este sonho conosco e conseguiu reunir mais 8 loucos para viver estes momentos que jamais esqueceremos.

       Também lembramos de nossas famílias, nossas mulheres, nossos amigos e dos anônimos que nos dão força e acompanham nossa aventura.

       Acordamos tarde no dia seguinte, para o 7º dia de viagem esperando, finalmente, chegar ao Pacífico.

     Eram pouco mais de 12:00 horas, quando chagamos em Concón e vimos as primeiras ondas. Foi um momento de alegria ímpar, quando todos se abraçaram e sentiram cumprida a primeira parte da jornada.

      Com 105 Km rodados, chegamos em Valparaíso onde os Irmãos Miguel e Gáz tomaram banho no Pacífico com todo seu equipamento de viagem. 

    Estando a 2.313 Km do início da empreitada, nos hospedamos  para 2 dias de descanso, antes de iniciarmos nosso retorno.